Relação da ferritina e hepcidina com fatores metabólicos e gravidade de doença em pacientes com DHGNA

Introdução: O impacto da ferritina e sua interpretação ainda gera dúvidas na condução da DHGNA. O papel da hepcidina plasmática nestes pacientes é pouco conhecido e sua associação com parâmetros metabólicos ainda gera debates.

Objetivo: Avaliar a correlação da ferritina e hepcidina sérica com variáveis antropométricas, clínicas, laboratoriais, citocinas inflamatórias e características histológicas em pacientes com DHGNA

Métodos: Estudo seccional com inclusão prospectiva de pacientes com DHGNA, submetidos a biópsia hepática ou evidências clínicas de cirrose (Child A). Excluímos outras doenças hepáticas, consumo de álcool ≥20g /dia e uso de medicamentos associados à esteatose. Avaliamos dados antropométricos, clínicos, laboratoriais, histológicos e citocinas inflamatórias. A fibrose foi categorizada em F0-F1 ou F2-F4. A análise da ferritina foi realizada pelo método quimioluminescência (Kit Immulite 2000) e da hepcidina por ELISA (Human hepcidina 25 ELISA Kit, Hepc  25 ELISA Kit CSB – E14239). A correlação entre as variáveis foi avaliada pelo teste de Spearman.

Resultados: Foram incluídos 176 pacientes, 55 ± 9 anos,73% sexo feminino,IMC 33 ± 15 Kg /m2, cintura abdominal 110 ± 15 cm, circunferência pescoço 39 ± 3 cm. Síndrome metabólica presente em 98% e DM em 78%. Na análise histológica, foram submetidos à biópsia hepática 160 pacientes,destes 71% apresentavam esteatohepatite(EH) e 33% fibrose F2-F4. A Cirrose estava presente em 13%. A ferritina apresentou correlação fraca com IST (p=0,001; r=0,26),não apresentou correlação com níveis de aminotransferases e não se associou com EH, fibrose significativa ou cirrose. A hepcidina apresentou correlação positiva com ferritina (p<0,001; r=0,49),IST (p<0,001; r=0,40) e TNFalfa (p<0,001; r=0,33); e correlação inversa com adiponectina (p=0,007; r= -0,23). A hepcidina também se associou com DM (p=0,003) e fibrose significativa (p=0,030)

Conclusão: Pacientes com fibrose significativa apresentaram níveis baixos de hepcidina, o que pode refletir redução de sua síntese hepática. A correlação positiva observada entre ferritina e hepcidina pode refletir uma possível resistência à ação da hepcidina associada a processo inflamatório, uma vez que houve correlação direta entre níveis de hepcidina e citocinas inflamatórias. A ausência de associação entre ferritina e parâmetros de gravidade da doença hepática reforça o conceito de que este achado laboratorial não deve motivar condutas para depleção do ferro em pacientes com DHGNA.

Claudia Cravo

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